Inteligência Artificial revoluciona o combate às plantas daninhas na produção de cana-de-açúcar
Tecnologia de ponta no campo
A Taranis do Brasil utiliza imagens de alta resolução capturadas por drones e aeronaves, como o Cessna 172, para mapear com precisão as lavouras. Cada aeronave pode cobrir até 2.000 hectares por dia, capturando imagens submilimétricas que permitem identificar mais de 100 espécies de plantas daninhas, além de diagnosticar doenças e deficiências nutricionais.
As imagens coletadas são analisadas por algoritmos avançados de IA, que comparam os dados com um banco de informações contendo mais de 500 milhões de registros. Dessa forma, os produtores recebem relatórios detalhados sobre a distribuição das infestações e recomendações precisas sobre o manejo adequado.
Resultados e impactos no setor
Empresas de grande porte do setor sucroenergético estão adotando essas tecnologias para aprimorar o monitoramento de suas lavouras. A Tereos, por exemplo, firmou uma parceria com a Taranis para monitorar 240 mil hectares de canaviais anualmente, gerando aproximadamente 800 mil imagens por safra. A iniciativa visa identificar a presença de plantas daninhas, pragas e deficiências nutricionais, permitindo um controle mais eficiente.
Segundo João Botão, sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos, o uso da IA representa uma mudança na atitude do produtor, que deve estar disposto a testar novas tecnologias. "A IA funciona como um termômetro na medicina: ao tocar a testa de alguém, sabemos que pode haver febre, mas não a temperatura exata. Para isso, usamos um termômetro. A tecnologia da Taranis fornece essa medição precisa, cobrindo grandes extensões de lavoura com confiabilidade", explica.
Outras iniciativas tecnológicas
A Embratel também lançou a solução Smart Field by Cromai, que utiliza aprendizado profundo para localizar e classificar plantas daninhas em culturas como soja e cana-de-açúcar. Essa tecnologia analisa imagens coletadas por drones, identificando e categorizando as ameaças com base em um banco de dados que já possui mais de 150 milhões de referências.
Desafios e perspectivas para o produtor
Apesar das vantagens tecnológicas, o setor ainda enfrenta desafios relacionados ao fator humano. Segundo especialistas, a escassez de mão de obra qualificada e a necessidade de capacitação são entraves para a adoção mais ampla da IA no campo. Investir em treinamento e familiarização com essas ferramentas é essencial para garantir uma transição eficaz para a agricultura digital.
Para a safra 2025/2026, a previsão é de uma leve redução de 1,4% na produção de cana na região Centro-Sul, devido aos impactos da seca e dos incêndios registrados no ciclo anterior. Ainda assim, a estabilidade do mercado e os preços favoráveis devem continuar beneficiando os produtores que investirem em tecnologias como a IA para garantir maior produtividade e sustentabilidade.
Futuro promissor para a IA no agronegócio
Com um crescimento superior a 300% nos últimos três anos no Brasil, a Taranis e outras empresas do setor estão liderando uma revolução digital na agricultura. O uso da IA permite uma tomada de decisão mais fundamentada, redução de desperdícios e aumento da eficiência na aplicação de herbicidas, contribuindo para uma produção mais rentável e sustentável.
Com a constante evolução dessas ferramentas, espera-se que o setor sucroenergético brasileiro continue a se beneficiar da inovação tecnológica, garantindo eficiência e competitividade no mercado global.